Wednesday, August 30, 2006

Apresentação

Política é muito mais que apertar um botão nas urnas eletrônicas a cada quatro anos. Naverdade, tudo que fazemos em nossas vidas tem um pouco de política: desde a maneira comovocê trata seus amigos e sua família até a maneira como você se relaciona com seutrabalho e suas contas. Mais que isso, política também pode ser a associação entre você epessoas próximas - seja do seu bairro, do seu trabalho, escola, afinidade cultural, etc.

Um mutirão na sua quadra, uma assembléia com pessoas que tenham os mesmos interesses, umareunião de família para dividir as tarefas, tudo isso e muito mais são maneiras dedecidirmos sobre nossas coisas e interesses. Além disso, acreditamos que quando nosjuntamos pra fazer as coisas ficamos mais fortes que quando tentamos resolver a situaçãoisoladamente ou quando deixamos para alguém essa responsabilidade.

Este tipo de atividade, mesmo com todas dificuldades, compensa o esforço: mesmo quandonão conseguimos realizar a tarefa por completo, acumulamos força e experiência pra fazeroutra mais tarde. Mesmo quando temos algumas discordâncias pessoais bem sérias, ocoletivo ganha com a diversidade de opiniões. Quando temos um conflito não resolvido,exploramos nossa criatividade pra inventar uma solução. Estamos sempre errando,acertando, avaliando e aprendendo... sempre caminhando e perguntando.

Não queremos esperar que a classe política faça as coisas por nós, nem queremos tambémcontar com a boa vontade dos nossos patrões e patroas. Queremos nós mesmos decidir sobrenossas vidas, pois uma pessoa engravatada lá no alto não sabe como vivemos aqui na nossacomunidade. Não queremos que outra pessoa decida sobre nossa vida. Queremos escolhernossas roupas, nossos costumes, nossas crenças, as coisas da nossa realidade, enfim. Praisso acreditamos que devemos estar organizados e em constante diálogo. Se uma associaçãodos moradores de alguma quadra e o grupo cultural tem um problema, porque não dialogar etentar achar uma solução?

Estes são só alguns exemplos daquilo que podemos fazer pra governar nossas vidas. Nãoexiste uma fórmula pra isso que queremos, então estamos experimentando, como podemos, arica experiência da organização popular. Somos de grupos apartidários (pensamos outrasformas de coletividade), autônomos (decidimos desde baixo para cima), horizontais (semhierarquias). Todavia, acima de tudo, acreditamos que essa sociedade capitalista - onde opatrão manda, o governo assina embaixo e intolerâncias como racismo, machismo, etc. sãomuito fortes - não pode existir. Queremos construir um mundo onde caibam diferentesmundos que não sejam exludentes, e estamos tentando fazer isso pela organização popular.Organizemo-nos para a luta!

Nossas organizações são novas, pequenas, e ainda em construção. Já fizemos algumas coisasque muita gente acha importante, mas sabemos que não é o suficiente. Somos um bocado degente tentando construir outro mundo, mas sabemos que ainda falta muito mais. Tomamosdiversas ruas, fizemos diversas mobilizações, ensinamos e aprendemos muitas coisas, etc.Mesmo com nossas conquistas, sabemos que devemos crescer muito mais para fazermos nossossonhos tornarem-se realidades.

Então, a partir de experiências de campanhas sociais organizadas por diferentesorganizações políticas, a Convergência de Grupos Autônomos do Distrito Federal (CGA-DF -ver mais sobre na próxima página) está organizando a campanha "Nossos sonhos não cabemnas urnas: Existe política além do voto!". A proposta da campanha é fazer uma caravana emque diferentes grupos realizem, em diferentes cidades do DF, oficinas, debates, diálogos,chamados em propaganda à organização e luta popular.

Queremos com isso, refletir sobre nossa vida em sociedade, sempre pensando em ações eorganizações que não atuem somente em períodos eleitorais; que atuem constantemente deacordo com suas realidades locais - sempre em solidariedade a outras lutas ecomunidades. Mesmo votando em uma ou outra pessoa, é necessário participar diariamente dasua realidade. Não fala-se aqui em participar como simples espectadoras/es, mas sim comoreais agentes da transformação.

Estão participando da campanha a Ação Rebelde Dignidade Candanga (ARDC, coletivo deinspiração zapatista), Comitê Autônomo Estudantil (CAE), Centro de Mídia Independente(CMI-BSB), Coletivo Corpus Crisis (que debate os gêneros problematizando os corpos),Koletivo de Resistência AnarcoPunk (KRAP-DF) e o Movimento Passe Livre do DistritoFederal (MPL-DF). Mais que siglas, estamos fazendo uma caminhada chamando as pessoas aaceitarem o desafio e participarem conosco das tristezas e alegrias desta luta.

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